O universo digital revolucionou a maneira de nos relacionar, conectar, comunicar, informar e, de certa forma, de viver em sociedade. Junto a grande velocidade das informações, surgimento de inúmeras tecnologias e plataformas digitais, e cada vez mais a interconexão entre as pessoas, existe um aspecto que certamente se tornou um problema com o passar dos tempos: a exposição.
Na era de redes sociais, dos produtores de conteúdo e das marcas influentes, não há como viver nas sombras, escondido. Todos nós estamos expostos!
Essa nova realidade concede aos seus usuários um poder inimaginável tanto para o lado positivo, quanto para o negativo. Se por um lado temos pessoas que possam te admirar, acompanhar o seu trabalho, vibrar com as suas conquistas e aprender com seus conhecimentos, do outro, um simples post, like, comentário ou compartilhamento pode carregar consigo julgamento, “apontar de dedos” e um linchamento virtual.
Nessa circunstâncias digitais, que fogem do contexto off-line, surge o termo “a cultura do cancelamento”, o que sou totalmente contra. De forma bem simples, consiste em retirar o apoio a uma pessoa ou empresa, geralmente nas redes sociais, com base em suas opiniões ou ações, sejam elas atos contraditórios ou até mesmo diferentes do grupo que está “cancelando”. Um único tweet ou post, que é reverberado para multidões no digital, tem o poder de despencar os preços das ações, responsabilizar políticos e forçar as celebridades a admitir seus erros.
As Marcas devem se posicionar?
Historicamente, sempre foi recomendado que as marcas evitassem fazer posicionamentos de assuntos polêmicos, como política e religião. No entanto, em épocas tão polarizadas, houve uma pressão dos usuários esperando que as marcas não fiquem neutras em certos temas, cumprindo as suas promessas e suprindo as expectativas dos consumidores.
De acordo com um estudo global da consultoria Edelman, 64% dos consumidores vão comprar ou boicotar uma marca apenas por causa de sua posição em uma questão social ou política, um comportamento que se tornou uma reação comum do consumidor e potencializa a cultura do cancelamento.
No entanto, ainda segundo a pesquisa, 56% dos entrevistados acreditam que muitas marcas usam essas mesmas questões como uma jogada de marketing para vender mais. Em meio a isso, nasce uma nova discussão que reforça a importância de trabalhar bem a sua Marca Pessoal, mas sobretudo, ser verdadeiro consigo mesmo, sem criar personagens!
A importância de uma Marca Pessoal bem definida, consistente e coerente
Dentro do contexto de Marca Pessoal e gestão de reputação, existem diversas discussões que surgem por conta do medo do cancelamento. Para uma Marca que queira se posicionar, é necessário compreender e acompanhar o meio em que estamos inseridos digitalmente, em que muitas vozes, ideias e opiniões estão sendo compartilhadas. Alguns assuntos, inclusive, podem estar relacionados com a sua área de atuação.
Como exemplo, as próprias redes sociais e os filtros do Instagram impulsionaram uma busca insaciável por uma beleza perfeita que não existe, mas que desencadeou uma enorme quantidade de jovens com problemas de autoestima e à procura irresponsável por procedimentos estéticos. Trazer um olhar médico, alertar e orientar sobre saúde e oferecer a sua visão sobre o assunto, é um bom exemplo de como acompanhar o contexto digital, mas ainda assim se posicionar de forma legítima e autêntica seguindo a sua Essência, sem entrar em polêmicas.
Quando existe esse alinhamento, ou seja, você está conectado com a sua essência, com o que acredita e a sua visão de mundo, melhor preparado você estará para comunicar a sua Marca, sem se deixar paralisar pelo receio de ser cancelado. Além disso, é muito importante reforçar diariamente e em todos os pontos de comunicação, a sua história, valores, experiências e propósitos.
Portanto, mesmo não concordando com a cultura do cancelamento e acreditando que o movimento é negativo, existe um elemento que vale a reflexão quando falamos de Marca Pessoal: ser consistente e coerente com a sua Essência. A partir disso, você conseguirá gerar o valor e a reputação que você deseja, e evitará que a sua Marca seja compreendida como insustentável ou contraditória.
Lembre-se: uma Marca forte e sólida possui um posicionamento bem definido, autêntico e estratégico. Como você está se expressando no meio digital?